Uma terceira forma clínica que ocorre na leishmaniose do Novo Mundo se caracteriza
por apresentar uma imunidade celular exarcebada e lesões altamente destrutivas
causando deformaÿões desfigurantes da região oral e nazofaringea que
aparecem tardiamente após a cicatrizaÿão das lesões primárias
(Nery-Guimarães, 1955; Klotz e Lindenberg, 1923). Esta forma chamada de Leishmaniose
Mucocutânea (LMC), apresenta um granuloma constituido de linfócitos e macrófagos,
com poucos parasitos (Magalhães e cols., 1986). A frequência de lesões
de mucosa no estado do Rio de Janeiro é mais baixa que em outras regiões
(Mendonÿa e cols., 1988) sugerindo uma heterogeneidade maior na espécie
L. braziliensis. Pacientes com leishmaniose cutânea causada por L. braziliensis
podem apresentar cura espontânea numa determinada porcentagem de casos. Fato
verificado em pacientes que se recusaram a receber o tratamento ou em casos de gestantes.
A cicatrizaÿão espontânea pode ocorrer entre seis meses e um ano após
o início da infecÿão e em alguns poucos casos ocorre reativaÿão
da lesão como existe a possibilidade de aparecimento de metástases, bem
como de agravamento por viroses concomitantes ou ainda casos em que as lesões
progridem e podem ser desfigurantes ou extensas, o tratamento pelo Glucantime é
recomendado como rotina.